quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

No meio do caminho tinha um engarrafamento


Hoje eu peguei um engarrafamento catastrófico vindo da zona sul para minha residência.
Como estava preso e não tinha muito o que fazer, comecei a pensar em um modo de sair daquela situação desesperadora. Não consegui. tive que enfrentar todas as 3 horas de ônibus lotado. Por sorte, consegui ir sentado.

Mas toda essa reflexão me levou a uma conclusão bem óbvia, mas que acaba sendo um pouco turva para a maioria das mentes cariocas por participarmos de todo um sistema, diria mundial, que é baseado no consumo irresponsável e inescrupuloso.

A razão de nossos típicos engarrafamentos é o grande número de carros nas ruas que não tem nenhuma estrutura para tal quantidade. E eu não vou nem me aprofundar muito na questão ambiental.

Enquanto o governo tenta salvar a economia nacional incentivando a compra de mais carros novos, uma grande quantidade de trabalhadores se espreme em latas de sardinha fedorentas e quentes. Eu tenho plena convicção que no mínimo 90% dos trabalhadores que estavam dentro daquele ônibus queriam estar curtindo um ar condicionado em seus carrinhos. Ou seja: mais carros, mais engarrafamento, mais horas da sua vida jogadas fora. Mas pelo menos não tem ninguém suado encostando em você, você está sentado, entre outros confortos.

Bizoiando, quer dizer, observando analiticamente o interior dos carros, pude observar que a grande maioria deles só transportava no máximo duas pessoas. Podemos imaginar a quantidade de materiais e tempo que são gastos sem necessidade nenhuma. Se 4 pessoas, ao invés de 2, fossem transportadas em um mesmo carro, o número de carros poluentes e principais agentes do maldito engarrafamento seria reduzido pela metade. Mas quem quer abrir mão do conforto de estar no próprio carro? Quem é que vai organizar um esquema de rodízio de carona com as pessoas que trabalham em um mesmo local ou/e que moram perto?

Eu não vou. Nem tenho carro.

Penso que o transporte público pode ajudar tanto na questão estrutural do trânsito quanto na ambiental.
Mas o transporte público no Rio é uma grande merda e beira o insuportável.
(Isso porque para eu ir trabalhar, não passo por toda essa situação lamentável. Foi só um dia. Imagino quem passa por isso todos os dias.)

Então já que a cidade não comporta mais carros, por que diabos incentivar a produção e compra de novos carros? Para qualquer um que pega engarrafamento todos os dias e tem um pouquinho de inteligência e pensamento crítico, parece uma grande burrice. Mas ao que parece, esses filhos da puta que são muito bem pagos para trabalhar em prol de um Rio melhor, estão preocupados apenas em encher o próprio rabo de dinheiro, conforto e é claro, status.

Pense comigo: Tendo um transporte público eficiente e confortável, as pessoas seriam incentivadas a usar o transporte público. Assim reduzindo o número de carros nas ruas, melhorando o trânsito e reduzindo os poluentes.

-Ué André, mas isso é tão óbvio...

#imaginaessamerdanacopa